segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MECA Festival

Sei que já faz tempo que não posto nada por aqui. Prometo que ainda terminarei minha saga patagônica, mas por enquanto vamos colocar algo mais atual.

Quando fiquei sabendo que Vampire Weekend viria para o Brasil fiquei louco, e quando descobri que fariam um show num tal de MECA Festival em Atlântida, fiquei ainda mais louco. Eles são simplesmente a banda que eu mais escuto nos últimos 5 meses. Comprei o ingresso para o festival com setenta mangos e aguardei o dia 29 de janeiro.

Chegado 29 de janeiro, arrumei minha mochila e juntamente com minha barraca de verão coloquei tudo no porta-malas do Turtle (meu carro) e me mandei para Atlântida. Sozinho. De novo.

Foram duas horas e meia de viagem escutando um Vampire Weekend violento no ótimo som que instalei recentemente. Pra quem ainda não ouviu o som dessa banda dos inferno, segue um ótimo fado:

Cheguei no acampamento e armei a barraca (no bom sentido) ao lado de mais umas outras 30 que estavam por lá. Parecia um Indiestock aquele camping. Pessoas que certamente, assim como eu, não eram intimas de um ambiente tropical praiano. Todas brancas como vela e usando seus RayBan com camisas de flanela de todas as cores.

Resolvi me ambientar pelo local e logo fui falar com um grupo de amigos que escutava Vampire Weekend em um Ipod com caixas de som. Trocamos uma ideia e ensinei a eles como fazer um cadeado com apenas um pedaço de corda, para que o conteúdo de suas barracas ficasse em relativa segurança enquanto estivéssimos no festival.

Quando começou a cair a noite fechei minha barraca e me fui para o Jimbaram, local do festival. O local é muito massa, um tipo de sítio. Adoro locais abertos.

Chegando lá estava rolando uma banda de Curitiba que não lembro o nome mas o som era bem bom. Todos, diferentemente de um show de Rock Violento, dançavam ao invés de se amontoar e pular. Vestiam roupas pra lá de fashion que minha tosca sensibilidade não saber dizer nem ao menos como eram, mas os RayBan, camisa xadrez, listras, Converse, Adidas e calças um tanto quanto apertadas estavam por lá.

Fiquei um tanto quanto desconfortável em relação a quantidade de homens (com barba e cara de homem!) se beijando livremente, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Também tinham mulheres se beijando, mas isso é completamente aceitável, compreensível e dava um certo charme ao festival.

Descobri também quem só vendiam cerveja Heineken por lá, minha cerveja predileta! Gastei trinta mangos em seis cervejas bem bebidas. Quando eu estava lá pela quarta cerveja uma guria veio falar comigo, eis o papo:

-Tu tá sozinho?

- Tô, tu também tá sozinha? – Disse eu muito simpático.

- Não, eu tô com os meus amigos, mas a minha amiga te achou beeeem legal.

-Quem é a tua amiga? – Eu perguntei.

-Aquela de cabelo preto. (Bonita, pensei eu)

Não deu um minuto ela veio conversar comigo.

- Oi! - disse a guria

- Olá! – Disse eu.

- Tu tá sozinho?

-Tô.

-Tu tem depressão? Ou é algum tipo de maluco?

Ela deve ter estranhado meu jeito nada arrogante e com uma calça jeans que foi rasgada para se transformar em uma linda bermuda supertramp pra todas as horas.

- Tu é de POA? – Perguntou ela.

-Sim, sou da ponta da zona sul de POA. Um lugar lindo e tranquilo.

-Então tu deve ser pobre! – Disseram as duas em coro. Então começaram a me apalhaçar e tirar uma onda das minhas roupas. Eu entrei no clima e fui ignorante ao melhor modo lenhador de sempre. Isolando com os dois pés.

Eu disse alguns palavrões e a guria virou as costas. Foi embora tirando uma com a minha cara. Não sou um bom conquistador de gurias no primeiro aproach, mas ao longo do tempo sou bem mais legal. O teto que essas gurias tomaram foi o de ser superior e sair por cima, não queriam fazer amizades queriam se sovar com alguém e depois vazar. Eu queria conhecer pessoas novas. Enfim.

Depois disso me dei conta que estava na hora de pegar mais uma ceva e me mandar pra curtir o show tão aguardado. Foi um show genial. Gritei e cantei, sempre com minha Heineken em punho.

Acabado o show tentei entrar no backstage de maneira clandestina mas logo em seguida um segurança me convenceu que não era uma boa. Resolvi que era melhor sair na elegância. Tentei explicar que eu era de blog de São Paulo e precisava falar com o Vampire Weekend. O plano era obter um vídeo deles falando algo com Mary Freak, minha banda. A resposta obtida foi:

- Não tem nenhum Vampáire Wilson aqui maninho. Tu tem que comprar um ingresso pro backstage lá na bilheteria.

Fui até a bilheteria e me informaram que custava mais 100 mangos. Fui embora e comprei um xis bacon.

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